Parte dos pensamentos mais marcantes sobre a VISA surgiram deste cafezinho.
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
COOPERATIVISMO SOCIAL NO FILME "SI PUÒ FARE" (DÁ PARA FAZER)
O filme SI PUÒ FARE (DÁ PARA FAZER) trata dos altos e baixos de uma cooperativa social formada por pessoas com deficiência mental, e especializada em criação de pisos mosaicos.
Muitas experiências podem ser extraídas do filme,das quais merecem destaque:
1) Medicalização
2) Utilização inteligente dos recursos humanos
3) Teoria do suicídio de Emile Durckeime
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
Experiência de Educação em VISA
A experiência mais marcante que
eu tive na área de educação em VISA se deu na oportunidade de um curso de
Processo Administrativo Sanitário oferecido aos colegas da DIVISA.
Até então, quase todos os
servidores da DIVISA já tinham realizado um curso na área, sempre oferecido por
facilitadores vindos de outros estados ou outros órgãos. Em que pese os cursos
realizados, a maioria dos servidores tinham dificuldades de aplicar a
legislação sanitária durante as inspeções.
Percebendo a fragilidade, o
colega Valderi Lira percebeu que a maior parte das dúvidas advinham da falta de
cursos mais voltados para a prática de trabalho, que utilizassem instrumentos
documentais da própria DIVISA. Ao invés disso, os cursos normalmente tratavam
de temas básicos, mais relativos aos conceitos gerais da atuação do fiscal
sanitário, adentrando minimamente na prática jurídico sanitária que é inerente
à função.
Deste modo, idealizamos um curso
que não deixou de fazer uma abordagem conceitual, mas que se dedicou mais aos
aspectos práticos do Processo Administrativo Sanitário, sempre pautado por
assuntos que surgiam das dúvidas dos nossos colegas, que foram sistematizadas
nos meses anteriores ao curso.
Adicionalmente, as parcelas
conceituais do curso foram mais voltadas para abordagens mais críticas sobre a
atuação do fiscal sanitário, e não a análises ideais sobre o seu objeto de
atuação.
Considero a experiência descrita
como marcante pelo fato de o que se mostrou mais forte no nosso curso foi
justamente o fato de o seu conteúdo e da sua abordagem terem sido construídos
internamente, fugindo de perspectivas ingênuas e superficiais sobre a matéria.
terça-feira, 5 de setembro de 2017
Eis um livro que adorei: Abraço Afetuoso em Corpo Sofrido
Poderíamos responder a essa pergunta dizendo que doença é o que nós representamos que ela seja. Assim, se para nós doença é uma possessão diabólica, então ela é isso. Se achamos que é uma invasão de microorganismos patógenos em nosso corpo, então doença é isso. Se pensamos que é algo que nos afeta negativamente, pois nos faz sofrer, e é fruto de uma punição por alguma ação imprópria que possamos ter cometido (comer desregradamente, por exemplo), então doença é isso. Mas, se julgarmos que doença é algo que nos revela um desequilíbrio interior e que nos chama a uma mudança de vida para que alcancemos um novo equilíbrio superior, então doença será isso”.
Giulio Vicini
Giulio Vicini
Tive o grande prazer de ler Abraço Afetuoso em Corpo Sofrido, obra do psicólogo Giulio Vicini, resultado de um estudo realizado com idosos socialmente ativos na cidade de São Paulo. Felizmente, Vicini nos leva muito além de resultados interessantes, que demonstram a importância de uma abordagem integral e transdisciplinar. O autor acrescenta à sua pesquisa elementos paradigmáticos sobre a saúde humana, revendo conceitos e abordagens, dialogando com pensamentos inovadores, transmutando a nossa forma de enxergar o corpo e o ser que o habita.
Um de seus méritos é o cuidado em abordar o conceito de saúde e doença. Sabemos que a essência de toda a ciência é compreender bem o seu objeto, algo que os estudos da área sanitária costumam passar distante. Vicini, pelo contrário, vai fundo nesse quesito, demonstrando a subjetividade que o envolve. Mais do que uma definição científica, o conceito de saúde é construído socialmente, segundo as crenças e expectativas das pessoas (como vemos no trecho acima), perpassando ainda pelos aspectos culturais, econômicos e políticos de determinado tempo, de determinada região.
Outra grande conquista do livro é a abordagem sobre as “insuficiências da ciência” tradicional, cartesiana, incapaz de solucionar substancialmente os nossos problemas. Somos apresentados ao paradigma holístico, uma forma de conhecer os objetos e seus fenômenos de maneira mais sistêmica, interligando as partes com o todo, e o todo com as partes, sem os reducionismos costumeiros dos cientistas corriqueiros. Quando aplicado à saúde humana, o paradigma holístico constrói modelos de intervenção que tomam por base o equilíbrio físico, psíquico, social, espiritual e ecológico do organismo. Ocorre, com isso, a interessante união entre efetividade e afetividade, questão das mais caras na opinião de todos que tentam aplicar no seu dia a dia os princípios da Política Nacional de Humanização (PNH). Aliás, sabemos que as práticas de humanização não se fixam apenas na dignificação dos modelos assistenciais, voltando-se também para a otimização de resultados.
Fica a dica:
Abraço Afetuoso em Corpo Sofrido: saúde integral para idosos / Giulio Vicini. São Paulo : Editora SENAC São Paulo, 2002.
Abraço Afetuoso em Corpo Sofrido: saúde integral para idosos / Giulio Vicini. São Paulo : Editora SENAC São Paulo, 2002.
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